Review: Arca’s Path

Com a chegada das plataformas de Realidade Virtual, além de uma maior imersão nos jogos, novos meios de como experienciar os games estão sendo explorados. Cada vez mais aparecem diferentes tipos de interações, alavancadas principalmente por estúdios indies – a biblioteca de jogos disponíveis já está com um tamanho considerável e mais títulos são anunciados toda semana.

Em Arca’s Path o jogador assume o controle de um icosaedro – o famoso D20 para os jogadores de RPG – e precisa passar pelos obstáculos das fases sem deixá-lo cair. Ok, parece algo bem simples se não fosse por um pequeno detalhe: o icosaedro é completamente controlado através dos movimentos da cabeça do jogador. Nada de controles manuais, apenas o headset é necessário para direcioná-lo.

Na frente do “D20”aparece um triângulo que é controlado pela posição da cabeça do jogador. Caso,você olhe mais distante, mais rápido o D20 se move, mais perto, menos velocidade, tudo bem intuitivo.

O cenário do jogo é algo que contribui positivamente para a experiência. Bem abstrato, ele vai sendo formado conforme avança na fase e muitas vezes é oferecido um ou mais caminhos que podem ser tomados, porém todos levam para o mesmo lugar. O que muda é apenas a dificuldade de uma rota ou outra.

Nelas pode-se esperar caminhos com rampas para pulo, elevadores, descidas que dão sensação de uma queda de montanha-russa – seja com curvas ou simplesmente retas de alta velocidade – e até lugares bem estreitos que necessitam de um controle preciso.

É bom explorar todas as rotas porque um dos objetivos secundários do jogo é coletar todos os cristais que estão espalhados ao longo das fases. Ao pegar todos de um nível, a fase é liberada para ser jogada no modo Time Trial, o que pode servir como fator de replay para quem gosta de desafios.

No total, o jogo conta com 25 fases que começam bem simples e vão aumentando a dificuldade conforme o progresso. Porém, mais para o final, parece que acabou a criatividade dos desenvolvedores e os desafios começam ficar repetitivos. Rola uma sensação déja-vu de já ter visto certas coisas em algum momento. Não é muito longo, demora cerca de 3/4 horas para concluir todos os níveis, uma duração razoável para um jogo de VR.

Para amarrar a jogabilidade e dar uma sensação de progresso, Arca’s Path conta com uma história contada através de quadros entre algumas fases. O modo de narrativa lembra um pouco as motion comics (quadrinhos com uma pequena movimentação e áudio) lançadas alguns anos atrás. Apesar de ter desenhos bonitos, a história é meio confusa e os quadros passam mais rápidos do que deveriam. Mas como conta com um enredo simples, no final dá para entender.

O áudio do jogo é interessante, a trilha é muito boa, encaixa bem com a atmosfera do jogo, mas peca em um aspecto. Em determinados momentos, a música acelera a batida – principalmente em momentos de descidas – o que dá a sensação de querer ir mais rápido, mas caso você morra e volte ao checkpoint, a música acelerada some e volta a trilha normal do jogo, fazendo com que a imersão seja perdida quando isso acontece.

No final, Arca’s Path não é um jogo para quem está procurando muita ação em uma experiência de realidade virtual. É uma porta de entrada para quem está começando a se aventurar nesse mundo, já que você não vai precisar ficar levantando, agachando, olhando para todos os lados, atirando, girando, ficando tonto, etc.  

Se o jogador já tiver um certo hábito em jogos de realidade virtual, talvez não seja uma boa escolha. Mas, se for um iniciante, vale a pena conferir, pois dá para jogar por um tempo maior já que não causa muito motion sickness.

Ele oferece muito do que o VR pode oferecer, cenários em 3D imersivos, som competente e até um pouco de frio na barriga quando rola uma descida em alta velocidade. O controle do jogo é o que se torna diferencial, algo pouco explorado até então em outros jogos, porém bem intuitivo.

Arca’s Path está disponível para PlayStation VR, Steam VR, Oculus Rift, Oculus Go, Windows Mixed Reality, Gear VR e Vive Focus.

Arca’s Path foi jogado com cópia de Playstation VR cedida pela desenvolvedora Rebellion.