Review: Mortal Kombat X [vídeo]

Durante alguns anos, ainda na década de 90, Mortal Kombat rivalizava com Street Fighter o posto de “série de lutinha” nos videogames. O tempo passou e a série MK acabou se perdendo, trazendo alguns títulos com quem ninguém se importava e uma história cada vez mais confusa. Em 2011, as coisas começaram a mudar com Mortal Kombat 9, jogo que colocava toda a zona feita nos últimos jogos no lixo, rebootando tudo e trazendo a trama de MK 1 ao 3, personagens que todo mundo conhecia dos tempos de glória e TODOS CHORARAM DE EMOÇÃO!

Mortal Kombat X chegou no embalo do jogo anterior, com a tarefa de continuar com os acertos, arrumar os pequenos problemas e partir pro abraço. Agora, com tudo finalizado, é possível dizer que ele é um bom jogo, mas não é nenhum MK9.

Vídeo Review

Anteriormente, em Mortal Kombat

Um dos elementos mais legais de Mortal Kombat 9 foi o seu modo história. Pela primeira vez em muito tempo, um jogo de luta conseguiu tecer uma trama que juntava todos os personagens do game, fazendo com que você sentisse uma evolução real em vez de apenas uma motivação cretina pra cada um e dane-se. Mortal Kombat X traz um modo similar, dando continuidade e começando exatamente de onde deixamos o jogo anterior.

O problema de MKX é que agora não existe jogos clássicos pra se apoiar, precisando desbravar novos horizontes e apresentar novos personagens. É nisso que surge Cassie Cage, filha de Johnny Cage e Sonya Blade, entre outros filhos e filhas de lutadores antigos.

Cassie Cage, sua grossa
Cassie Cage, sua grossa

A ideia de apresentar uma nova geração de personagens é muito boa, o problema é que a execução ficou um pouco atravessada. Tirando a Cassie, que acaba se tornando personagem principal da trama, ao lado do pai e mãe, os outros personagens recebem vislumbres de um desenvolvimento, mas acabam sendo apenas escada para os Cages se tornarem os heróis.

Isso faz com que alguns personagens que poderiam se tornar favoritos dos fãs, como o cowboy Erron Black, apareçam e sumam logo em seguida. Se isso não fosse o bastante, personagens antigos como Sub Zero e Scorpion, são relegados a simples coadjuvantes, sem nenhum impacto real na trama, que fica interessante no final e aí acaba. Fora que tem gente que aparece e não é possível utilizar no jogo, como o Baraka e o Rain. VACILAÇÃO!

Mas e a porrada, como tá?

Pois bem, com o modo história como uma parte que poderia ser bem maior, é hora de focar no que realmente importa: as lutas. E é aqui que Mortal Kombat X se faz valer. Tudo o que parece ter funcionado no game anterior está aqui, seja nos combos ou fatalities. O game é realmente divertido de jogar e deverá agradar bastante os fãs da série.

Se você é desses que gosta de jogar online e sofrer (ou ser um monstro), as lutas rankeadas estão ali pra te divertir, além de um interessante modo de facções. Logo quando você inicia MKX pela primeira vez, é necessário escolher uma facção, como White Lotus ou Lin Kuei. Feito isso, ao entrar em combates online ou realizar algumas tarefas pelo jogo, você ganha pontos para a sua facção. Ao final da semana, o grupo com mais pontos ganha algumas recompensas.

Mortal Kombat X (5) copy

A ideia é muito boa e vai do seu jeito de jogar, mas ela não chega a afetar muito o game. Assim como acontecia em títulos anteriores, você destrava roupas alternativas, fatalities e artes conceituais utilizando o dinheiro que as lutas te dão na Krypta. Ali, você passa em primeira pessoa por um cenário que mais parece um labirinto, gastando mais do que tem pra liberar roupinha. Por mais cretino que pareça, dá pra perder um bom tempo ali, caçando coisa nova pra destravar.

O retorno dos Brutalities

Muito se falou antes do lançamento do game sobre o retorno dos Brutalities, finalizações que, como o próprio nome indica, seriam mais brutais que os habituais fatalities. MKX já pesa BEM a mão na hora das fatalidades, sendo que algumas são tão gore que beiram o limite do aceitável, então a expectativa era grande. O que o game apresenta é, basicamente, um golpe um pouco mais forte que mata alguém.

Por exemplo, em vez de algo mais elaborado, Cassie Cage simplesmente dá um tiro no meio da cara do inimigo e pronto. E a maneira como esses golpes são feitos é um tanto quanto absurda. Você precisa realizar vários pré-requisitos durante a batalha (“apenas acerte seus projéteis se estiver pulando e sem tomar mais de x porradas”) e, antes do “FINISH HIM” realizar algum tipo de golpe especial que serve de gatilho.

Mortal Kombat X (2)

Quando falaram “BRUTALITIES VÃO VOLTAR”, eu já imaginei corpos explodindo após um festival de pernadas e croques, mostrando 4 cabeças, 7 espinhas, 78 costelas, 3 pernas e 8 braços, tudo em alta definição. Fica pra próxima. Agora, resolvam isso e voltem com os Friendships e Animalities.

Conclusão

Mesmo com essas reclamações de gente sarna que eu levantei, Mortal Kombat X ainda é um jogo divertido e que vai agradar em cheio aos fãs da série. Em comparação com o título anterior, é possível que ele não seja tão legal exatamente por largar mão da nostalgia que MK9 gerou e tenta olhar diretamente pro futuro.

A cena pós-créditos do modo história mostra um rumo interessante e que faz com que toda aquela trama que havia sido apagada se torne relevante. Na questão de gameplay, o jogo se mantém bem com as próprias pernas, adotando um estilo próprio de combate, em vez de tentar ser mais parecido com o resto.

Mortal Kombat X não é um jogo perfeito, mas é um que pode consumir algumas das suas horas, decepando cabeças, cortando gente pela metade ou enfiando a mão no peito delas. Só pela farra.

Review Mortal Kombat X