Pecadores – Já é um dos melhores filmes de 2025

Eu nem tenho como disfarçar ou fazer suspense ao falar sobre Pecadores, novo filme do diretor Ryan Coogler e estrelado (duplamente) pelo Michael B. Jordan. Os trailers mostravam que o filme parecia interessante, uma história no começo do século 20, com música, terror e sangue. Só que nem a pau eu imaginava o quanto eu ia gostar desse filme, que apesar de estarmos em abril, posso dizer que provavelmente será um dos meus filmes favoritos de 2025.

Sim, parece um pouco de exagero, mas um filme que em mais de uma ocasião me deixou SCORSESEZADO merece essas palavras.

Sobre o que se trata Pecadores?

Pecadores conta a história dos gêmeos Fumaça e Ferrugem, dois caras interpretados pelo Michael B. Jordan na sua quinta colaboração com o diretor Ryan Coogler. Com uma trama que se passa nos anos 30, vemos os dois retornarem para onde cresceram, no sul dos Estados Unidos, para comprar uma propriedade e abrir um clube de jazz.

A região, fortemente tomada pela segregação racial, mostra uma realidade em que negros tem pouquíssimos direitos, se é que têm algum, e ainda são perseguidos por racistas e toda sorte de canalhas. Mesmo assim, Fumaça e Ferrugem peitam tudo e todos  para abrir o seu clube.

O filme cobre aproximadamente 24 horas, já mostrando logo de cara que DEU RUIM E DEU RUIM GERAL! Só que o que exatamente deu errado é onde está a graça da história. Basicamente, como se já não bastasse um bando de cretino racista por perto, tem vampiros na região.

A música movimenta a alma

Um elemento muito legal de Pecadores é como a arte e a música são tratados dentro desse universo. Logo no começo, temos uma narração que conta como existem pessoas que têm um dom para através da música tocar a alma de todos e romper o véu entre a realidade e o sobrenatural, entre o presente, o passado e o futuro, com suas melodias.

No centro disso vemos Sammie, primo de Fumaça e Ferrugem, e que vive sua vida como colhedor de algodão e o sonho de ser um bluesman, sempre carregando seu violão. O personagem, que é interpretado pelo cantor Miles Caton em sua estreia no cinema, é o elemento chave para fazer Pecadores funcionar.

Com sua voz impressionante e talento no violão, ele é o responsável por atrair os seres da noite até a porta do clube de jazz, graças à sua música transcendental.

Existe uma cena específica bastante musical que me pegou completamente de surpresa e me deixou com um sorriso no rosto do começo ao fim. Aquela imagem ali do Scorsese de “Absolute Cinema” era basicamente eu assistindo tudo aquilo.

Toda a trilha do filme, composta pelo colaborador habitual do diretor, Ludwig Göransson, mistura blues com elementos mais contemporâneos, criando uma atmosfera sempre viva e excitante ao longo de toda a história. Sabe aquele tipo de trilha que quando você sai do cinema, já procura na internet porque curtiu demais? Foi exatamente isso que aconteceu comigo ao sair da sessão de Pecadores.

O sobrenatural e o mundano

Pecadores consegue captar bem a ideia de uma cidade aparentemente divida racialmente, com algumas cenas deixando claro essa divisão entre a população branca e negra. O Ryan Coogler consegue mais uma vez abordar bem essa questão racial de um jeito bastante eficiente, ainda destacando bastante a cultura negra não somente dos Estados Unidos, mas também de suas raízes africanas.

A personagem da atriz Wunmi Mosaku, a Annie, mostra bastante esse lado mais sobrenatural, com um pézinho em religiões de matriz africana e que consegue ser  bastante familiares para o público brasileiro.

E todo esse clima vai de 0 a 100 quando surgem vampiros na história. Uma coisa excelente de Pecadores é que, em momento algum, eles tenta inventar novas regras pros sanguessugas. Você sabe o que é um vampiro e como eles operam? Suas fraquezas? Show, é isso que tá lá no filme.

E tudo isso é usado de um jeito extremamente empolgante e assustador, cheio de sangue e gore, do jeitinho que deveria ser. Tudo funciona, é impressionante!

Pecadores já é um dos melhores filme de 2025! O filme é bem atuado, empolga, assusta e mostra que existe lugar sim para histórias inéditas que sejam grandiosas. Mais uma vez, a dupla Coogler-Jordan acertou a mão! Que venha mais filmes deles!