The Bear
Imagem: Disney

The Bear: Mais ou menos, Chef!

Por Thiago Borbolla

Houve um tempo em que as séries de TV eram, de fato, séries de TV. Pra ir ao ar dependiam não só de audiência e assinantes, mas também anúncios — e não, não esses anúncios que enchem a porra do saco no meio do que estamos vendo no YouTube, Netflix ou, mais recentemente, Disney+. Havia intervalos!

Nada era por acaso, nada era aleatório, a esmo. Cada pausa acontecia em momentos estratégicos, muitas vezes vendidos especificamente, e escritos e dirigidos pra que a raiva fosse só pela frustração do “cliffhanger” do que pelo anúncio entrando bem naquela hora.

Naqueles tempos, uma temporada de série de TV costumava ter 24 episódios, exibidos semana a semana, o que dava cerca de, no mínimo, meio ano de uma série sendo exibida. Começava em Setembro, terminava em Maio. É por isso que, além dos hiatos, havia também os episódios “fillers” que, como diz o nome, serviam pra preencher espaços. Eram episódios ok, legais, muitas vezes trazendo alguma coisa sobre algum personagem, mas que não necessariamente adiciona no rolê maior das coisas.

Só que o que fazer quando toda uma temporada é basicamente isso?

Uma temporada filler

Na terceira temporada de The Bear, por exemplo, temos o episódio Napkins, dirigido por Ayo Edebiri, que também interpreta a Sydney na série. É focado na Tina (Liza Colón-Zayas) do momento em que ela perdeu um emprego até conseguir assumir a cozinha do The Beef. Legal? Pra caralho. A Ayo Edebiri dirigiu um episódio? Foda demais, mas é isso. Apenas isso e tão somente isso.

The Bear
Baita episódio (Imagem: Disney)

Esse é só um exemplo, pois de maneira geral, a terceira temporada inteira é um filler. Como se precisassem colocar algo no ar logo e, por isso, não se preocuparam muito em desenvolver a história, ficando apenas entre o que já se sabe e o que tá acontecendo, sem necessariamente desenvolver qualquer coisa.

Ok, o restaurante foi inaugurado, Carmy e o Primo (único personagem a se desenvolver decentemente) tão se matando, a Sugar tá pra ter neném e, enquanto isso, os Fak ficam sendo filler do filler, preenchendo espaços dentro dos episódios. O resto? Veremos somente na próxima temporada… Ou pelo menos espero que a gente veja.

The Bear Carmy
No aguardo da próxima, amigão (Imagem: Disney)

Com Lost deu certo. Depois de uma temporada machucada pela greve dos atores em Hollywood, em que ainda assistíamos a Lost mas a que custo, os produtores definiram um caminho até o fim e seguiram. Com The Bear também dá — e os produtores criaram uma personagem que dá o melhor exemplo, interpretada pela melhor atriz do mundo. Every second counts, galera! Vamo que vamo!