(Imagem: Warner Bros)

F1 – Tô 100% vrum vrum das ideias

Como uma pessoa que teve a sua infância nos anos 90, acompanhei a Fórmula 1 junto com o meu pai, vendo o Senna sendo ídolo e também o dia que ele faleceu. A F1 parece ter perdido um bom tanto da graça ali, mesmo eu sabendo que ainda tínhamos corredores brasileiros e ainda teve o Schumacher sendo um monstro nos anos seguintes.

Pra mim, Fórmula 1 se tornou um esporte de playboy em que não conseguia mais me importar muito com o que acontecia. Tava lá, mas não tinha mais emoção. Tudo parecia “vazio”. Nos últimos anos, a FIA parece ter começado a revitalizar a imagem da Fórmula 1, com novas regras, ídolos e até enfiando uma série na Netflix que todo mundo adorou. E eu ainda não tava 100% vendido pra ideia da Fórmula 1 como quando era criança e tinha um chinelinho do Senninha.

Brad Pitt F1
Brad Pitt em F1 (Imagem: Warner Bros)

Mesmo assim, a ideia de F1, filme que chega aos cinemas com Brad Pitt como estrela, me parecia interessante. Um filme produzido por um dos pilotos atuais da modalidade (Lewis Hamilton), em parceria com a FIA, filmado durante corridas reais, com a participação de equipes e pilotos, pelas mãos do diretor do excelente Top Gun: Maverick. Tinha potencial.

Depois de duas horas e meia, que inicialmente eu pensei que seriam eternas mas passaram rápido pra cacete, F1 se mostrou um dos filmes mais legais dessa primeira metade de 2025, que mesmo com uma história manjada, conseguiu me fazer pensar em assistir novamente a Fórmula 1 de verdade.

Um cowboy fora da lei

F1 conta a história de Sonny Hayes, um sujeito já cinquentão que vive de participar de corridas. Qualquer corrida. O negócio dele é definitivamente fazer vrum vrum.

Trinta anos antes, ele foi um piloto da Fórmula 1, correndo ao lado de Prost, Senna e outras lendas, mas após um acidente feio, sumiu. Um velho amigo, interpretado na base do carisma pelo Javier Barden, que é dono de uma equipe que só passa vergonha na F1, o procura para que ele volte para correr por meia temporada ou terá que vender tudo e assumir o fracasso.

A ideia de ter um cara lá nos seus 50 e tantos anos voltando pra correr na Fórmula 1 atual, que sempre foi algo que demanda DEMAIS do corpo e mente dos pilotos, parece completamente absurda, mas Hayes era um prodígio, um BRABO NA BOLEIA, e você compra que ele poderia simplesmente entrar no carro e sair pilotando como se nunca tivesse parado.

F1
Joshua e Sonny, prontos pra correr (Imagem: Warner Bros)

No caminho dele, Joshua, um jovem piloto que continuou na equipe, mas mesmo sendo bastante talentoso, não tem um carro bom o suficiente. Claro que rola aquela rixa entre experiência e juventude, provando que a história é bem manjada. Rola até um romance ali que é só porque o Brad Pitt ainda quer ser galã, mas tudo isso acaba funcionando porque a parte que realmente importa é boa demais.

F1 acerta em cheio nas cenas de corrida, com os atores de fato correndo em pistas reais com seus carros (cenas foram gravadas durante o Grande Prêmio da Grã Bretanha, em 2024), e você sente esse realismo nas cenas. É meio automático dar uma entortada na cabeça durante curvas, ou o pé tentar alcançar um freio invisível nas cenas.

F1
DOIDEIRA! (Imagem: Warner Bros)

Tudo fica ainda mais louco quando Sonny Hayes se mostra um completo maluco no volante, correndo com o regulamento debaixo do braço, causando pequenos acidentes pra conseguir uma vantagem pra sua equipe.

Esse estilo destemido e “fora da lei” acaba tornando as corridas mais caóticas e divertidas de se assistir, apesar de algumas cenas mostrarem acidentes que causam certa aflição.

VRUM VRUM, MALANDRO!

F1 é um filme que entrega ação, tensão, emoção, mantendo um ritmo frenético do começo ao fim.

De brinde, ainda conseguiu com que eu fosse saber como tá o campeonato 2025 e já ficar meio bolado com o Verstappen.

F1 estreia nos cinemas no dia 26 de junho.