Eu nunca entendi muito bem a fascinação com a franquia Invocação do Mal, já que ela nunca apresentou algo muito diferente do que os vários filmes do gênero que exploravam o sobrenatural. Talvez a ideia de se tratar de histórias baseadas em fatos reais (aí vai de você acreditar nesse tipo de coisa ou não) tenha chamado atenção, mas a história de Ed e Lorraine Warren finalmente chega à sua conclusão em Invocação do Mal 4 – O Último Ritual.
O filme mostra o último caso tratado pelos Warren, que traz conexões com o seu passado e sua própria família. Eu não preciso nem falar que o quarto filme da franquia, sem contar os spin-offs da boneca Annabelle e A Freira, é totalmente feito pros fãs da série.
Mesmo assim, eu fiquei impressionado como a história ainda funciona, até certo ponto, pra quem sabe só a ideia geral dos filmes do “Invocaverso”: um casal formado por uma mulher com conexões com o sobrenatural e seu marido demonologista ajudam pessoas ao aceitar casos de espíritos que estão causando pelos Estados Unidos.
O casal ganhou fama e escreveu livros sobre o assunto, até terem suas histórias adaptadas para filmes de TV e Invocação do Mal. Se você sabe disso, por mais que pareça estranho, está apto para assistir ao quarto e último filme da franquia.
Do que se trata Invocação do Mal 4?
O capítulo final da franquia mostra Ed e Lorraine Warren já aposentados de sua carreira, vivendo suas vidas dando palestras que nem todo mundo leva a sério. Quando uma família passa a ser atormentada por espíritos vindos de um espelho que foi centro do primeiro caso encarado pelos Warren, o casal se vê no dever de ajudá-los.

Existe toda uma trama sobre a filha dos Warren, Judy, que herdou os poderes da mãe e como ela está diretamente envolvida com o caso, deixando ainda mais claro que Invocação do Mal 4 está longe de ser um filme de terror de fato assustador, mas muito mais uma história quase de novela dos Warren.
Particularmente, filmes de terror me deixam mais tenso do que assustado, então não estranhei que o último Invocação do Mal me deu um total de zero sustos, só que eu fiquei impressionado como ele também não me deixa tenso.
Por se tratar da história de pessoas que realmente existiram ou existem, muito do suspense que o filme tenta criar é anulado. Fica só um climão de Novela das 6, com a vida deles e a família.
Por conta disso, as cenas que mostram a família Smurl, que é vítima dos espíritos, parece muito pouco desenvolvida. Eles são apresentados apenas como peças para eventualmente servirem de escada para os Warren no ato final.
A maneira como tudo é apresentado no filme me deixou a impressão que existe um filme realmente bom e assustador com a mesma história, só que não é esse Invocação do Mal 4. Do jeito que as coisas saíram, ele é apenas ok e isso apenas por causa da atuação da dupla principal, Patrick Wilson e Vera Farmiga.
Assim como aconteceu nos capítulos anteriores, muito do que faz funcionar esses filmes de Invocação do Mal está na atuação da dupla, que são atores muito competentes e conseguem fazer com que você se importe com eles. Sem os dois, Invocação do Mal 4 cairia em um poço de milhares de filmes sobre o sobrenatural que passa de madrugada na TV aberta.
Mesmo assim, o filme parece funcionar para os fãs, já que traz diversos easter eggs, com participações especiais e chamadinhas para coisas que aconteceram e foram mostradas em filmes anteriores, o que por si só pode ser divertido pra quem curte.
No geral, a história de Ed e Lorraine Warren termina de um jeito que não foge muito do esperado, mas que se não fosse pela dupla principal, seria uma grande oportunidade perdida. Quase foi.
Invocação do Mal 4 está em exibição nos cinemas.