Top 10 – Clipes ridículos de metal

Existem algumas certezas na vida. Filmes do Tarantino terão alguma violência, sempre terá o povo falando “vai ler um livro” quando rolar algo do povão na TV, LOLCENAWINS, aquela reunião do Guns com o Axl e Slash vai fazer um monte de gente se perguntar “Por que isso? Por que?”. Outra certeza é que clipes de metal são ruins.

Vejam bem, existem algumas exceções, mas se você tem uma banda de metal e resolve fazer um clipe, já começa na dificuldade very hard pra produzir algo bom. Uns conseguem, a maioria falha miseravelmente.

Pensando nisso, eu resolvi juntar dez clipes de metal que são tão ridículos que conseguem dar uma volta e ficar divertidos, nem que seja pela sua patetice.

É válido lembrar que eu não tô falando da qualidade das músicas. Se estivesse, o faria cantando junto mais da metade que aparece na lista e seria hipócrita. Tô aqui pra falar de como esses clipes são ruins, meu deus do céu!

Também é interessante falar que essa não é uma lista definitiva, já que eu poderia fazer uma nova edição por mês. Caso um clipe medonho que você conheça não esteja aqui, deixa ali nos comentários. Ou espera que uma hora sai outra edição disso e ele talvez apareça ali.

10) Rhapsody – Rain of a Thousand Flames

Claro que eu iniciaria com os reis da ridiculice do metal espadinha. Rhapsody (sem frescura de “of Fire” aqui) não tem clipes bons. Rain of a Thousand Flames é um exemplo de como muitas bandas de power metal veem nos seus clipes a chance de viver algo medieval e épico.

No clipe, temos tudo o que uma galera que curte ficar jogando RPG de mesa gostaria de filmar de farra (só que o Rhapsody foi lá e fez pra valer). A história de uma bruxa que vem com a “chuva de mil chamas”, demônios assassinos e estupradores de virgens e toda aquela palhaçada que apenas Luca Turilli poderia bolar acaba virando uma sequência de defeitos especiais, uma mina com peitinhos de fora dançando de um jeito bem peculiar, atuações HORRÍVEIS, um hadouken bloqueado no peitinho e um bando de marmanjos lutando contra uma luz.

Sério, power metal é muito galhofa e muito bom ao mesmo tempo.

9) Alternate Reality – The King That Never Was

Falando em galhofa, eu até fiquei receoso em colocar esse negócio aqui na dúvida de ser ruim porque quer ou falta de noção mesmo. Alternate Reality é uma banda dos EUA que obviamente não tem fama por ser foda e o clipe de The King That Never Was é muito feito com troco de pinga.

Desde o começo, com essa tia toda “sou trevosa” e com decotão maneiro, uma história com o Rei Arthur e um dos elencos mais ridículos que qualquer 100 contos poderia pagar, um castelinho minúsculo e uns defeitos especiais, o clipe vai preparando o espectador pra alguma galhofa maravilhosa.

Só que aí aparece a banda e porra, os caras estão de calça jeans, uma camiseta que você compra \m/ que você pode comprar numa Renner e muito pouco talento. Se você tem uma banda de metal e fará um clipe sobre Rei Arthur, com direito à lutas de espada, magia e o escambau, tenha a decência de, pelo menos, usar uma armadura, uma chain mail feita com anel de latinha de cerveja, sei lá. Que vacilo.

8) Trollkotze – Im Märchenwald

Eu fiquei em dúvida em relação a inclusão de Trollkotze nessa lista pelo simples fato de que me parece um Massacration. É zoeira, mas é algo que fala tanto sobre as ridiculices do metal que mereceu o seu lugar aqui.

Outra coisa que me fez colocar esse vídeo aqui é como nenhum instrumento funciona com o outro na música. Parece que cada um resolveu tocar alguma melodia e só juntaram tudo, sem se importar e yay. Extra points pelo vídeo gravado na qualidade “batata”.

7) Savatage – Hall of the Mountain King

Ahh os anos 80, época que vocalista de metal poderia vestir uma camisa meio bufante, ser meio obeso, com um cabelo de poodle e ainda pagar de fodão. Eu realmente gosto dessa música, mas não dá pra falar que o clipe dela, com um anãozinho careca encontrando tesouros numa caverna, é bom.

O clipe conta a história do pequenino entrando na caverna e encontrou ouro e o escambau, mas tendo que passar pelo tal “Rei da Montanha”, que dorme perto do tesouro. A melhor parte é quando o vocalista, que está com a banda na tal caverna, fica fazendo caras de “Vai, anão. Pega o ouro. OPA, OLHA O REI ALI”. Sério, diretores de clipe de metal dos anos 80 não tinham aquela noção de “Ok, isso não ficou bom. Vamos tentar de novo”.

6) Arckanum – Gava Fran Trulen

Iniciando os trabalhos dos clipes gravados com uma batata, esse vídeo do Arckanum traz a velha arte do metal de mandar letras que você com certeza não vai conseguir distinguir as palavras, ditas por um sujeito ridículo vestido de duende (é um duende, né?) no meio do mato.

Para deixar tudo mais tr00, o clipe é escuro e com efeito sépia, pra ser legal. É um clipe que não faz sentido algum (é basicamente aquilo ali: um sujeito fantasiado andando no mato e em uma cena ele faz poses com um machadinho), mas eu espero de coração que os envolvidos na gravação tenham se divertido.

5) Ancient – Lilith’s Embrace

Porque a ridiculice, amigos, ela não tem limites. Esse é o primeiro clipe da lista a cair na categoria “OLHA COMO A GENTE É MAU, CARA! OLHA SÓ! OLHA COMO A GENTE É CRUEL, TEM SANGUE, SOMOS DAS TREVAS! OLHA, CARA! OLHA COMO A GENTE ANDA NO MATO E BALANÇA A LÍNGUA RAPIDINHO! A GENTE É MUITO MAU, CARA”.

Um grande momento do clipe é quando, na marca de 2:09, o baixista de máscara, que parece O MASCARADO ADONAY, da novela A Viagem, manda um “VEM FAZER GLUGLU HÁ SÉRGIO MALANDRO” pra câmera.

Depois de toda a trevosidade e escuridão, surge um “senhor da luz” que, como a imagem do vídeo tá horrível, vou falar que tá com uma toalha branca Teka na cabeça. Pensei que rolaria um grande confronto entre o bem e o mal, a luz e as trevas, mas não. Foi só mais um chilique trevosinho ali mesmo.

4) Korpiklaani – Wooden Pints

Esse clipe já começa dourado porque rola um maluco saindo de uma latrina enquanto toca rabeca. Ali você já vê que assistirá a algo realmente especial.

A música é sobre seres que bebem e dançam até o amanhecer, algo louvável. Como boa parte das bandas de metal/folk/espadinha, rola uma fixação forte com temas medievais, como é possível ver pelo cenário e figurino. O problema é que os caras poderiam ter arrumado uns instrumentos mais “medievais” pra emular em vez de “OLHA UMA GUITARRA E UM BAIXO”. Destoa forte da rebeca e do tamborzinho ali.

INCLUSIVE, vamos falar sobre a atuação do tiozinho da rabeca e do cara da percussão. O cara tá batendo com uma vontade no tamborzinho que chega a aquecer o coração. Obviamente, ele está descontando toda a frustração da sua semana no negócio.

Já o tiozinho da rebeca tá com a maior cara de bunda da galáxia. O desgraçado nem pra segurar direito a rabeca (eu quero acreditar que aquilo ali é realmente uma rabeca, já que curto falar RABECA) e toda vez que aparece, claramente está pensando em qualquer outra coisa além do vídeo. Sério, até colocaram ele meio longe do coelho da Durecell dos tamborzinhos ali pra não ficar mais feio.

3) Cradle of Filth – From the Cradle to Enslave

Ahhhh a trevosidade de Danielzinho Imundice. Devo confessar que enquanto via o clipe pra zoar, cantei junto algumas vezes essa música. Não posso fazer nada a não ser assumir minha juventude ouvindo coisas trevosas.

From the Cradle to Enslave era a música mais conhecida do Cradle of Filth NA MINHA ÉPOCA e o clipe consegue mostrar bem o que é a banda. As trevas permeiam o clipe inteiro, que mostra cada membro da banda encontrando a sua morte e depois indo para o inferno.

Pense no estereótipo da poseragem das trevas do Metal. Você verá no clipe de From the Cradle to Enslave. Tem sangue, tem demônio, tem ppkinha, peitinho, mais sangue, gutural, um maluco tocando piano com um martelo (GRANDE MOMENTO), anõezinhos do inferno com cara de ânus, mais sangue e violência.

Tem tudo nesse clipe. E o pior de tudo é que ele não é uma produção porca? É só meio ridículo, só que é bem feitinho.

2) Rhapsody – Holy Thunderforce

Claro que eu colocaria mais Rhapsody na lista. Esse vídeo cai na ridiculice daqui pelo simples fato de que, mais uma vez, a banda resolve ter uma ideia que parece ótima quando discutida entre amigos, mas que, na prática, não tem como dar certo.

A ideia é que rolaria uma batalha épica, assim como a música dá a entender. Quando você ouve a parada, pensa em algo digno dos combates dos Campos de Pellenor, em Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei. Só que aí você vê o clipe e é meia dúzia de gato pingado batendo espadinha no ritmo da música.

1) Immortal – Call of the Wintermoon

A imagem inicial da lista já entregava que os reis da ridiculice em clipes de Black Metal estariam no topo da lista. Se bobear, Immortal é mais conhecida pelas fotos ridículas tiradas no meio do mato ou na neve do que pelas suas músicas (o que é ruim se você de fato gosta do estilo).

A maravilhosidade do clipe começa quando não existem versões dele que não sejam ripadas de um VHS imundo, mantendo toda a qualidade (ou falta dela) que uma obra dessas merece.

Todas as patetices que são zoadas no black metal fazem parte desse clipe (que provavelmente é a origem de tudo). Poses cretinas, aquela olhadinha dramática pro lado, corpse paint, fogo, uns bastões com pregos, mato, névoa, tá tudo ali.

Algumas coisas não me entram na cabeça, tipo andar com uma tocha atrás da bruxa má do metal ali. Tipo, tá de tarde, fera. O que você tá fazendo?

Na marca de 2:43, surge o momento mais icônico da história do black metal que não envolve assassinatos ou igrejas em chamas:

Immortal

Metal é uma coisa fantástica!