Review: Titan Souls [vídeo]

Shadow of the Colossus é um jogo bem legal. Os jogos da série Souls, da From Software também são legais. Alguns jogos com gráficos retrô e simplificados são legais. Se você junta tudo isso, no fim é possível que, por acaso, saia um Titan Souls.

Titan Souls, um jogo que pode ser bonito, legal, divertido e desafiador mas, ao mesmo tempo, consegue ser vazio, chato e sem graça. Tudo depende do que você realmente quer.

BOSS RUSH!

Titan Souls coloca o jogador no controle de um molequinho com seu arco e flecha. Você tem apenas uma munição e aparece em meio a ruínas. Dali, você pode entrar em salas e enfrentar chefes, mais ou menos como acontecia com Shadow of the Colossus. A parte difícil aqui é que tudo é one hit kill. Para matar os chefes, basta você encontrar o ponto fraco deles e acertar a sua flecha nele. Caso você tome uma porrada, tudo acaba.

Titan Souls (3)

Não existe outro inimigo dentro do jogo além dos chefes, o que acaba tornando Titan Souls um grande Boss Rush, modo de alguns jogos em que você enfrenta apenas os chefes que encontrou ao longo de sua jornada. O problema aqui é que parece que ficou faltando um pedaço de jogo.

Em vez de você sentir aquela alegria e satisfação ao matar um chefe, você simplesmente o faz como se ele fosse um inimigo comum. Por causa disso, muitos dos chefes de Titan Souls acabam se tornando apenas seres que podem ser eliminados rapidamente, mesmo eles sendo realmente bem planejados (menos aqueles que são desculpas pra “acerte o ponto brilhante e abraços).

Termine o jogo do jeito que começou

Titan Souls tem outro elemento interessante que é o de não utilizar evolução de personagem. Quando você começa o jogo, tem um ataque, um botão para rolar no chão e só. Quando você termina Titan Souls, você tem um ataque, um botão para rolar no chão e um pouco mais de habilidade.

Titan Souls (1)

Esse lance de você conseguir chegar até o final sem evoluir nada no seu personagem, dando a impressão que a única coisa mesmo que fez você terminar tudo foi a sua habilidade é bem legal e, mesmo não sendo muito alardeada, é uma das coisas mais legais do jogo. Sem jogar na tua cara, o game traz uma evolução, mas ela é muito mais do jogador do que personagem que ele está controlando.

Belos cenários e músicas para o vazio

Conforme eu disse ali em cima, Titan Souls não traz nenhum tipo de inimigo entre os chefes. Isso acaba deixando o espaço entre eles um tanto vazio. Apesar de algo parecido acontecer em Shadow of the Colossus a vastidão do cenário e a maneira como tudo era apresentado faziam sentido. Aquilo tudo era uma terra abandonada e tudo parecia grande demais para você. A vastidão fazia sentido.

Titan Souls (4)

Em Titan Souls, isso não existe, então você acaba só com um cenário (muito bem feito) grande e um espaço considerável entre um inimigo e outro. Ainda é legal percorrer planícies, lagos congelados ou o interior de vulcões, mas ainda parece que faltou algo ali.

Conclusão

Ao final de Titan Souls, é possível dizer que o jogo é, em teoria, bem legal e interessante, mas na prática, ele parece uma versão de demonstração de algo maior. Sinceramente, se a Acid Nerve, empresa responsável pelo desenvolvimento do jogo, lançasse algo que usasse Titan Souls como base para expandir uma trama com inimigos, uma jornada real e não somente um boss rush, eu jogaria meu dinheiro na cara deles.

E acho que esse é o ponto mais complicado de Titan Souls: ele não é um jogo ruim, mas ainda oferece MUITO pouco. Ele ainda parece uma versão preliminar de algo maior e que apenas deixará tudo mais sensacional. Caso ele tivesse um pouco mais de “sustância”, ele seria fantástico. Do jeito que tá, ele é legal por um tempo e depois perde a graça. Quem sabe na próxima, né?