Alex Kidd. Um nome que muito moleque nem dá importância hoje em dia, o antigo mascote da Sega é um dos poucos heróis da empresa japonesa que não foi completamente destruído com o tempo (oi, Sonic). Por causa disso, seus fãs (sim, ele tem fãs) ainda o tem em alta estima, sempre aguardando o seu retorno aos games. Só que qual é a desse molequinho bizarro de orelhas, mãos e pés gigantes? Vamos recapitular um pouco a existência do jovem Alex Kidd. Um mascote para a Sega chamar de seu Durante a década de 80, a Sega e a Nintendo começaram a disputar uma fatia do mercado de videogames. Enquanto a Nintendo contava com o Mario como seu mascote principal, a rival japonesa não sabia direito como reagir. Em 86, a empresa lançou o game Fantasy Zone, um sidescrolling shooter com uma navezinha chamada Opa-Opa, que se tornou o mascote da Sega. Só que ele era uma navezinha aparentemente cretina e não conseguia combater o carisma do Mario. Versão século 21 de Opa-Opa Pensando nisso, a Sega resolveu apelar para outro personagem. No mesmo ano, a companhia resolveu incluir um game na memória do Master System II, que contava com um herói um pouco melhor. Alex Kidd in Miracle World é possivelmente o título mais conhecido do personagem, já que ele acompanhava todos os Master System da época. O jogo era um simples game de plataforma, mas trazia alguns elementos interessantes, como acumular dinheiro para comprar itens como motos e helicópteros movidos à pedaladas. Fora que tinha competições de jokempô. Um jogo em que você resolve as coisas no pedra, papel ou tesoura merece nosso respeito. O jogo contava a história de um jovem de 14 anos chamado Alex Kidd, um habitante do planeta Aries, que era treinado em uma técnica especial que o possibilitava quebrar pedras com seus punhos. Alex acaba envolvido na jornada para derrotar um tirano que sequestrou o herdeiro do trono de um reino. Basicamente, dê porrada e siga em frente. Alex Kidd in Miracle World foi bem recebido pela crítica, chegando a faturar nota 99 em uma publicação francesa, enquanto a crítica especializada o descreveu como “a resposta da Sega para o Mario”. Sega pegando embalo Com a aceitação do novo mascote, a empresa japonesa começou a lançar mais jogos com ele para o Master System. Versões de games de arcade que eram estrelados por Alex Kidd ganharam versões para os consoles durante a década de 80. A maioria deles traziam praticamente o mesmo estilo do primeiro jogo, colocando Alex em uma aventura do gênero plataforma. A Sega também lançou, somente no Japão, um jogo chamado Alex Kidd BMX Trial, que colocava o herói numa bicicletinha andando por cenários vistos por cima. Alex Kidd: The Lost Stars A Sega parecia realmente ter encontrado um rival para o Mario, mas enquanto o personagem da Nintendo evoluía a cada game, Alex Kidd continuava do mesmo jeito. O começo do fim Em 1989, a Sega lançou Alex Kidd in the Enchanted Castle, uma continuação direta do primeiro jogo do personagem. Ele trazia vários elementos do título original, como as partidas de jokempô e a possibilidade de juntar dinheiro para comprar itens. Só que enquanto o primeiro game cativou os fãs e a crítica, Enchanted Castle, que foi lançado para o Mega Drive, não era tão bom e foi bombardeado por revistas especializadas. Problemas com a movimentação de Alex e os estágios repetitivos acabaram por jogar um balde de água fria na cabeça do mascote. O lançamento de Alex Kidd in Shinobi World, uma versão modificada de Shinobi Kid que foi lançado apenas fora do Japão, não adiantou muito para limpar a barra de Alex Kidd. O game, lançado para o Master System, foi bem aceito pela crítica, com algumas publicações afirmando que era o melhor game do personagem até então. Só que já era tarde demais. Alex Kidd, aos olhos da Sega, não era forte o suficiente para peitar o Mario, que em 1990, mesmo ano de Shinobi World, teve o game Super Mario World, para Super Nintendo, lançado nas lojas do mundo inteiro. Era hora de outro personagem e, por isso, a Sega resolveu em tornar o seu novo herói, Sonic, no mascote principal da empresa, deixando Alex Kidd de lado. Vivendo no limbo Desde perder o emprego como mascote da Sega, Alex Kidd não teve mais nenhum jogo lançado. Ele apareceu em alguns títulos da empresa como Shenmue. Ele também participo de Sega Superstars Tennis, Sonic & Sega All-Stars Racing e Sonic & Sega All-Stars Racing Transformed. Aparentemente, a Sega não tem planos para ressuscitar o jovem Alex Kidd nos games. Considerando a sua parceria com a Nintendo, isso poderia acontecer e ainda dar um respiro para o Sonic, que a cada novo título perde um pouco do apoio de seus fãs. Se pensarmos bem, o fato de o Alex Kidd utilizar socos e chutes para avançar em seus estágios, a única coisa que vem à mente é “POR QUE DIABOS ISSO AQUI AINDA NÃO ACONTECEU?” Nintendo, por favor. Pare de colocar Dr Mario no Smash Bros. Alex Kidd já tá ali, pronto pra arrepiar alguém na porrada. Estende a mão pra Sega, por favor. Puro Mofo é a coluna do Puro Pop em que trazemos filmes, quadrinhos, games, séries de TV e o que mais nos der na telha que já estão com aquela idade digna de estar cheirando naftalina, apresentando-os para um novo público, além de fazer os fãs relembrarem de toda a sua glória.