Revisitando Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma

Você deita pra dormir, desliga a TV, desgarra do celular e fecha os olhos. Mas seu cérebro tem outros planos. Ele quer reviver algumas cenas do seu passado. Às vezes são coisas boas – como quando chamei minha primeira crush pro cinema e ela aceitou – mas o chato é que na maioria das vezes a sua massa encefálica resolve focar nas partes vergonhosas da sua história – como quando minha primeira crush levou sua avó junto pro nosso encontro no cinema.

A questão é que esse ritual masoquista é universal. O pobre, o rico, o sensato, o fã da Trilogia Hobbit. Todos em algumas noites são bombardeados por seu passado. Com isso em mente, o que será que passa pela cabeça de George Lucas quando isso acontece com ele?

Como não temos seu telefone residencial para perguntar e à luz do vindouro Episódio VII, decidimos fazer nós mesmos uma recapitulação da saga, começando por Star Wars: Episódio I — A Ameaça Fantasma. Será que o primeiro capítulo (em termos de história) de Guerra nas Estrelas é tão ruim quanto o imaginário popular se lembra?

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Toma os jedi na sua cara

O filme começa com Qui-Gon Jinn e Obi-Wan Kenobi viajando até a base da Federação de Comércio pra acabar com o bloqueio feito ao redor do planeta Naboo. O negócio já começa problemático quando com 3 minutos de filme (sem contar os logos e o texto inicial) os jedi já sacam seus sabres de luz – e os guardam literalmente 6 segundos depois.

Dezesseis anos desde que alguém viu um jedi no cinema e os caras ativam seus sabres com 3 minutos de filme pra absolutamente nada. Não há apresentação, não há construção alguma levando até aquele momento. Nada que crie uma tensão ou gere hype pra cena ser significativa. George Lucas joga os jedi na sua cara tal como uma torta naquele jogo Passa ou Repassa – mas com muito menos sabor.

Outra coisa que é possível reparar logo no começo do filme é como os efeitos práticos são ruins. A boca das máscaras dos membros da Federação, por exemplo, não se mexe conforme as palavras que são ditas – e muitas vezes não se mexe e é isso aí. O Yoda boneco que usaram – depois substituído por uma versão 100% digital nos DVDs e Blu-Rays – é pior ainda. A marionete manipulada por Frank Oz funcionou muito bem na trilogia clássica, mas com o visual HD (ou o mais próximo disso) do finzinho dos anos 90, a tosqueira ficou evidente.

Não me leve à mal, acho que o George Lucas pirou quando decidiu enfiar computação gráfica em tudo quanto é lugar nos novos Star Wars, mas os efeitos práticos do Episódio I, no mínimo, envelheceram muito mal – enquanto o T-Rex de Jurassic Park continua lindão 22 anos depois.

Bancando o advogado do Diabo, será que o Lucas não decidiu enfiar o pé na jaca do CG quando viu que a alternativa mecânica tava longe do ideal?

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Jar Jar Brinks

Os jedi fogem da emboscada na nave da Federação e descem para a superfície de Naboo com as naves do exército dróide, onde encontram o personagem mais odiado da saga Star Wars: Jar Jar Binks. Diferentemente do que muitos reclamam, o problema não é o bicho ser um alívio cômico – a trilogia clássica também tem seus personagens engraçadinhos voltados pra criançada, como os ewoks.

O problema é que o roteiro joga todo o humor (ou tentativa dele) nos ombros do gungan, que precisa fazer algo infantil em praticamente TODAS as cenas em que aparece. Ele precisa entrar na água? Pulo maluco fazendo um som infantiloide. Os personagens estão numa oficina? É claro que Jar Jar precisa derrubar tudo. Vamos pedir uma pizza? O bicho liga pra pizzaria e pergunta “vocês trabalham com roupa?” “Não…” “AH, então trabalham pelados?!”.

Se você olhar pro Episódio IV, existem momentos de humor, mas eles se dividem entre os personagens. Não há apenas um cara pra pisar em cocô (isso continua zoado demais) e fazer brincadeiras toda hora. A interação entre R2 e C-3PO rende momentos divertidos, assim como algumas cenas do Chewbacca, por exemplo. Dessa forma, não fica irritante e você não torce pra ninguém morrer… Como acontece com certos gungans.

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Jar Jar leva os jedi até Gunga City onde eles conhecem seu líder, Sapo Gigante. Sapo Gigante diz que não tá nem aí pros problemas da superfície e que Aquaman é o melhor super herói. Qui-Gon, Obi-Wan e Binks pegam um submarino pra chegar até a capital de Naboo – vamos chamá-la de Nabroosília -, fugindo diversos monstros marinhos pelo caminho (durante essa perseguição, o gungan entra em pânico e Qui-Gon lhe aplica aquele golpe do Spock no pescoço, olha só).

Chegando em Nabroosília, enquanto Jar Jar cai no chão porque ele é o Jar Jar Brinks, os jedi resgatam a rainha Amidala e sua trupe – composta pelo formidável Capitão Panaka – e fogem de Naboo rumo à Coruscant, capital da República.

Ao furar (com facilidade) o bloqueio da Federação de Comércio, o hyperdrive é danificado (e consertado por R2-D2) e os heróis precisam fazer uma parada de emergência em Tatooine.

Vale dizer que o design das naves do filme é bem mais bacana do que eu lembrava. A nave ultra prateada da rainha com a qual eles fogem, os podracers de Tatooine e a nave amarela dos pilotos de Naboo são todos inspiradíssimos e dá vontade de gastar uma grana em brinquedinhos deles.

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Toma o Darth Maul na sua cara

Enquanto isso, os líderes da Federação dão uma ligadinha holográfica pra Darth Sidious – a figura encapuzada que está no comando da treta toda – e avisam que a nave de Amidala está fora de alcance. É aí que o cara responde “não para um sith” e toma o Darth Maul na sua cara.

Em vez de esperar pra mostrar a face do sujeito apenas mais pra frente quando ele cai na mão com o Qui-Gon e ir construindo um “eita, quem será esse maluco?” na cabeça das pessoas, o personagem é introduzido de forma super pobre sem apresentação alguma.

Os mocinhos pousam em Tatooine e Qui-Gon, R2-D2 (um astrodroide que é levado por motivos de “ele precisa conhecer o C-3PO mais à frente”) e Padmé (serviçal da rainha que o jedi aceita levar numa missão relativamente perigosa por motivos de “ela precisa conhecer Anakin mais à frente”) vão explorar a região em busca das partes necessárias para consertar a nave.

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O trio acaba parando na quitanda de Watto – que bizarramente parece um judeu estereotipado -, onde conhecem Anakin Skywalker, o escravo e piloto de podracer de 9 anos do alienígena, responsável por estragar a carreira e a vida do ator Jake Lloyd (sério, ele realmente odeia Star Wars e se arrepende muito de ter feito esse filme).

Na sua interpretação terrível aliada a um roteiro maluco, Anakin – a criança mais irritante da galáxia – fala coisas malucas como “YIPPIE!” quando fica feliz, como se fosse um moleque saído de 1946, e “Padmé, você é um anjo? Ouvi pilotos falarem sobre anjos!” (porque realmente não tinha maneira melhor do roteiro passar a ideia de que ele a achou “angelical” sem literalmente perguntar se a mulher é um anjo).

Watto tem as partes que a nave precisa mas não aceita dinheiro da República. Após tentar jogar um truque jedi pra cima do alien e falhar (porque por algum motivo George Lucas preferiu inventar que a raça de Watto é imune à artimanha ao invés de usar o fato do Episódio IV de que só funciona em mentes fracas), Qui-Gon decide testar seu palpite de que Anakin é sensitivo à força e sucumbe ao seu vício de jogatina. O herói aposta as peças e a liberdade de Anakin na próxima corrida de podracer.

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A corrida de podracer continua incrível

Na véspera da corrida, Qui-Gon rouba um pouco de sangue de Anakin enquanto limpa uma ferida (que o filme não faz questão nenhuma de mostrar como surgiu no moleque) e manda pro Obi-Wan analisar. E é aí que surge o elemento mais odiado da saga depois de Jar Jar Binks: midi-chlorians, a explicação científica da força que ninguém pediu.

O padawan fica chocado ao ver que a quantidade de midi-chlorians do menino é maior até que a do mestre Yoda. É nesse momento que todo o misticismo da força é trocado por um contador de moléculas que pode dizer o número exato de “força” que cada pessoa tem. É difícil entender porque George Lucas decidiu dar tom de ficção científica a uma história que sempre foi fantasia.

Ignorando os midi-chlorians pra sempre, chega o momento da corrida de podracer. Fazia tempo que eu não parava pra rever a A Ameaça Fantasma e a parte da corrida não só continua incrível como é ainda melhor do que eu lembrava. Pela primeira vez em quase 1h, o filme consegue te deixar empolgado e tenso por 10 minutos inteiros – o que só volta a se repetir na luta final entre os jedi e o sith.

Tudo funciona nessa sequência. A direção é ótima, a trilha sonora é perfeita e até o CG – que ficou bem datado na maior parte do longa – segura muito bem a barra, com destaque pros detalhes fantásticos das partes dos podracers explodindo e sendo destruídas rolando pelo chão.

Anakin vence a corrida, recebendo sua liberdade e as peças de Watto, se despede de sua mãe pra sempre (sem nenhum dos dois sequer derramar uma lágrima), e volta com Qui-Gon para a nave da rainha Amidala. Quando estão quase chegando, Darth Maul surge do nada dando um pulo muito doido tipo uma Daiane dos Santos dos infernos e já cai na mão com o jedi.

Qui-Gon consegue escapar pulando pra dentro da nave em movimento e por mais que depois o filme informe que foi a primeira vez em milênios que um sith deu as caras, o jedi logo desencana da batalha e apresenta Obi-Wan a Anakin como se fosse um terça-feira qualquer.

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Toma o Yoda na sua cara

Chegando em Coruscant, a trupe da Rainha Amidala é recebida pelo senador Palpatine e vai direto se preparar para falar perante o senado para pedir ajuda contra a Federação de Comércio.

Enquanto isso, os jedi vão em frente ao Conselho para relatar o que houve em Tatooine e apresentar o jovem Skywalker. E, pela terceira vez, o filme joga outro elemento importantíssimo da saga na sua cara: o mestre Yoda. O longa corta pra dentro do Templo Jedi e já mostra o verdinho sem construir nada até sua aparição. Parece que o baixinho é um personagem qualquer que viu aquela cadeira vazia e resolveu se sentar lá.

Obviamente todo mundo duvida da aparição de um sith ao que Qui-Gon responde “queria que eu tivesse tirado uma foto dele, irmão?!”. Mace Windu diz que eles vão investigar pra descobrir quem é o agressor e fica tudo por isso mesmo.

Agora, quando o mestre do Obi-Wan fala sobre o Anakin, a coisa fica diferente. O Conselho já chega questionando se ele acha que o moleque é o escolhido da profecia e você vê que o buraco é bem mais embaixo. O pessoal fica meio cabreiro mas diz pro Qui-Gon trazer o mancebo pra eles darem uma olhada.

Ali perto (eu assumo), a rainha Amidala vai em frente ao senado pra dedurar o que a Federação tá fazendo em Naboo. Surpreendentemente pra nós brasileiros, há corrupção rolando na política galática e o chanceler Valorum mete uma burocracia no meio pra investigar a acusação da rainha. Palpatine, fazendo um trabalho bem maneiro de Língua de Cobra no ouvido da mulher, diz que um chanceler mais forte poderia resolver o problema e lança a informação de que ela pode pedir um voto de não confiança no Valorum… e aí… eles imediatamente… começam o processo de eleição de um novo chanceler… ? Ok.

Voltando pro Templo Jedi, Yoda diz que sente muito medo em Anakin e que ele não será treinado. Quando Qui-Gon e Obi-Wan chiam, Mace Windu já chega cortando o mimimi porque a rainha Amidala decidiu jogar tudo pro alto e voltar pra Naboo. O plano é que os dois jedi voltem com ela pra ver se o agressor de antes vai aparecer de novo.

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Robôs idênticos x alienígenas idênticos

Voltando a Naboo, ao pedir a ajuda dos gungans contra os dróides da Federação, Padmé revela que ela era a Rainha Amidala o tempo todo – rever já sabendo fica bem óbvio, mas acho que pela primeira vez deve ser uma surpresa mesmo. Sapo Gigante então decide unir forças com os nabooenses(?) e o filme arquiteta uma batalha simultânea em 17 fronts. Deve ter rolado operação até aqui no Rio de Janeiro.

É muita coisa rolando ao mesmo tempo, fica bem confuso. A batalha espacial, por mais os visuais sejam bacanas, poderia ter ficado de fora porque acrescenta muito pouco. Já vimos na corrida de podracer como o Anakin tem afinidade com a força, não precisava ter mais uma “prova” disso.

Aliás, que diabos o Anakin foi fazer em Naboo? Tudo bem, o Conselho Jedi negou seu treinamento e o Qui-Gon disse que ia treiná-lo. Mas levar uma criança, mesmo que sensitiva à força, pra um planeta em guerra com um sith solto por aí não faz sentido nenhum. A desculpa em Coruscant é que o jedi diz pra Anakin ficar perto e observar suas ações, mas logo no começo das batalhas, Qui-Gon manda o moleque ficar quietinho num canto enquanto ele vai resolver umas coisas em outro lugar. Então… qual o sentido?

A parte dos gungans contra os dróides também é bem desnecessária e poderia ter sido apenas mencionada. “Os gungans vão segurar os dróides lá nas planícies!” e pronto, mostra os caras saindo pra lutar. No fim das contas, é um exército de robôs idênticos contra um exército de Jar Jar Binks idênticos e você não se importa com ninguém que tá em cena. Podia terminar com todo mundo morto que estaria tudo de boa.

Em vez de mostrar 4 conflitos acontecendo ao mesmo tempo e cortando toda hora de um pro outro, George Lucas poderia ter focado apenas em 2 fronts e desenvolvido-os com muito mais atenção.

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Duelo dos Destinos

É aqui que o negócio fica bonito de verdade e te faz pensar que A Ameaça Fantasma valeu a pena, mesmo com todos os seus erros. Por mais que a corrida de podracer seja maneiríssima, a batalha entre Qui-Gon Jin, Obi-Wan e Darth Maul é tranquilamente o ponto alto do filme.

Assim que o cara surge, finalmente numa (re)apresentação que joga o hype lá pra cima, você sabe que vai tudo bater no ventilador. Quando o zabrak (é a raça dele!) ativa os dois lados do seu sabre pela primeira vez, ainda dá vontade de tirar a camisa pra se preparar pra brigar também porque a parada fica real.

Ao som de “Duel of The Fates” de John Williams, a luta frenética com Darth Maul 100% no modo Daiane dos Santos dos infernos ainda traz mais tensão do que aqueles milissegundos em que o seu pão tá no ar e você tá torcendo pra ele cair com o lado com manteiga pra cima. Pela primeira vez na saga, rola uma batalha de sabres de luz realmente rápida, com uma coreografia super bem ensaiada que te faz se perguntar quantos dedos foram acertados repetidamente durante os ensaios.

A sequência começa muito bem mas vai descarrilhando quando se aproxima do fim. Por mais que seja algo bobo, Obi-Wan não usar a corrida com a força pra alcançar Qui-Gon e Maul (como ele e seu mestre fazem logo no comecinho do filme na nave da Federação) não faz muito sentido. O roteiro poderia ter tido outra solução mais criativa pra separar os personagens.

O problema mesmo é o fim da luta. Se tivesse uma única coisa que eu pudesse mudar na nova trilogia seria não matar o Darth Maul. Pra começo de conversa, o visual do cara é incrível. Suas cores, os chifres na cabeça, os olhos sempre abertos, seu sabre duplo inédito… Por mais que no Episódio I ele não tenha quase nenhum desenvolvimento como personagem (sua história, motivações, etc), isso poderia tranquilamente ser explorado nos filmes seguintes.

Além disso, ao matar Qui-Gon, Maul torna as coisas extremamente pessoais pra Obi-Wan – tanto que o jedi parte pra cima dele como se não houvesse amanhã. Só que menos de 5 minutos depois, de forma incrivelmente imbecil (Darth Maul vai de guerreiro incrível pra completo idiota), o padawan consegue sua “vingança” e toda essa motivação em potencial vai pelo ralo.

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Um mestre e um aprendiz

As metades de Darth Maul caem no buraco de Esparta, os gungans são capturados – mas os droides são desligados porque Anakin explode a nave da Federação – e Padmé e Capitão Panaka capturam o líder da organização. Palpatine, agora chanceler, chega a Naboo com membros do Conselho Jedi – lançando um “vamos acompanhar sua carreira de perto” pro Anakin, com um sorrisinho malicioso na cara. Esse cara não é fácil mesmo.

Yoda se reúne com Obi-Wan pra dizer que ele passou no ENEM e se tornará cavaleiro jedi, mas avisa que Anakin não será treinado. O padawan retruca com “vou treiná-lo sim, faço o que eu quiser” e isso aparentemente funciona porque o orelhudo libera o treinamento do moleque, mesmo sentindo muito medo em Skywalker e estranhamente não conseguindo ver seu futuro. Mas beleza, nada pode dar errado nisso.

Enquanto o corpo de Qui-Gon é cremado, Yoda e Mace Windu discutem sobre a nova ameaça sith, gerando uma cena muito bacana na qual a dupla se indaga: se os sith estão sempre em dois, quem foi destruído: mestre ou aprendiz?

No dia seguinte, há um grande desfile com quitutes e canapés liberados pra comemorar a libertação de Naboo. Padmé dá uma esfera muito louca para Sapo Gigante. Enquanto o rei dos gungans a ergue, Padmé olha para Anakin que, já vestido de mini padawan, retribui com um olhar 43 e um sorriso altamente safado.

Por que vestiram o moleque de aprendiz jedi e até cortaram seu cabelo ainda em Naboo? Quando Yoda chegou, o Conselho tinha barrado o treinamento do pequeno Skywalker. Quer dizer então que eles levaram umas roupinhas e um cabeleireiro na nave mesmo assim? Um criança de nove anos ser arquitetada como par romântico pra uma garota de 18 (idade que Natalie Portman tinha quando fez o filme) não é meio bizarro demais? Aliás, qual o sentid–

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16 anos depois. E aí?

Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma é altamente problemático. Não há um protagonista realmente definido e isso é muito doido. Para pra pensar, quem você diria que é? Anakin? Ele só aparece com mais de meia hora de filme e fica bem secundário por um bom tempo. Mas você então diria que a história é sobre quem? Qui-Gon? Obi-Wan? Eu voto no rei Sapo Gigante mesmo e dane-se.

Os personagens são super rasos – tente definir Qui-Gon ou Obi-Wan com mais de 3 frases -, Jar Jar Binks é um de erro clássico de quem acha que filme pra conquistar a criançada precisa ser infantilóide, e o roteiro explica muito mal as coisas, com ligações fracas e progressões preguiçosas entre seus elementos.

Mas, no geral, é melhor do que eu lembrava. As partes ruins continuam basicamente no mesmo nível de mediocridade mas as partes boas são melhores do que eu pensava. A corrida de podracer e, principalmente, a luta entre os jedi e o sith fazem a produção valer a pena, mesmo com seus midi-chlorians. Entretanto, o filme ainda continua bem ruim mesmo.

O que dá vontade de fazer com George Lucas após rever o filme: balançar negativamente a cabeça em silêncio e perguntar “por que, cara?”. Quando ele respondesse “por que o quê?”, gritar “POR QUE TUDO?!” e sair chutando a porta.

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