Review: X-Men: Fênix Negra

Durante toda a duração de X-Men: Fênix Negra, o filme que encerra a franquia dos mutantes sob a tutela da Fox, fica uma impressão esquisita que nada do que está acontecendo realmente importa, algo que vai além do fato de o filme encerrar na marra a história, já que a Disney e o Marvel Studios devem rebootar tudo.

Em duas horas, parece que tudo o que está rolando, apesar de interessante no papel, é feito de um jeito meio “Tá bom, filma isso aí”, que parece ter rolado antes mesmo da Disney começar com as conversas para comprar tudo.

A história é meio repetida de X-Men 3, com a Jean Grey despertando o poder da Fênix, perdendo o controle e os X-Men precisando para-la. A diferença está no elenco, que é muito bom, mas mal aproveitado, e o fato de se passar na década de 90 (mas isso não faz a menor diferença para a trama, a não ser lembrar que ninguém envelhece nessa desgraça).

Ao contrário do que muita gente falou, que Fênix Negra é o pior filme dos X-Men, não acredite, já que isso ainda é o troféu de X-Men: Apocalipse (se contar, o X-Men Origens: Wolverine tá ali empatado). O maior pecado do filme é não aproveitar o material e parecer, mesmo após todos esses anos, não entender direito o que faz os X-Men funcionar.

Em vários momentos da adaptação, as motivações dos personagens não parecem condizer com nada do que foi construído até agora ou, em alguns casos, dentro do próprio filme.

Alguns atores, como o Michael Fassbender e a Jennifer Lawrence, claramente estão ali para faturar mais uma grana e partir para a próxima, já que desde antes da Disney resolver fazer a rapa na Fox, acreditava-se que esse seria o último filme dos seus contratos.

Já outros atores parecem muito mal aproveitados pela direção e roteiro do Simon Kinberg, como é o caso do Nicholas Hoult, como Fera, e da Sophie Turner como Jean Grey. Ambos já mostraram em outros lugares que são bons atores e, várias vezes, percebe-se que eles estão tentando algo aqui, mas o roteiro não deixa.

As cenas de ação não são mal feitas, o terceiro ato traz possivelmente uma das únicas vezes em que a Tempestade pareceu legal usando seus poderes, mas tudo é feito sem vida alguma.

Como eu disse, coisas acontecem e você não consegue se importar com nenhuma delas, o que é uma pena, porque a história da Fênix Negra é bem legal e não chega a ser mal feito, mas os envolvidos parecem ainda não saber direito como abordar. Quem sabe, no dia que a Marvel resolver levar os mutantes para o MCU (não sei direito como), isso possa ser abordado de um jeito mais satisfatório.

É um final meia bomba para a franquia que praticamente iniciou toda essa nova era de adaptações de quadrinhos para a TV e cinema, mas é inegável que existe um clamor por mais histórias dos X-Men. Se esse foi um final sem emoção, que a próxima era seja mais divertida.