Review: Maze Runner: Correr ou Morrer André Luiz de Mello Pereira CinemaReviews 18 de setembro de 2014 André Luiz de Mello Pereira Depois do sucesso de Jogos Vorazes, Hollywood viu nas adaptações de livros juvenis um novo filão pra ganhar dinheiro. Desde então, estúdios vêm tentando replicar o sucesso do filme com a Jennifer Lawrence. De vez em quando, sai algo como o fraco Divergente ou algo que te pega de surpresa, como Maze Runner: Correr ou Morrer. É válido comentar que não faço ideia quais são as mudanças em relação ao livro pelo simples fato de que eu resolvi assisti-lo sem essa bagagem. E talvez por causa disso, Maze Runner funciona tão bem no cinema. Mais Senhor das Moscas que Jogos Vorazes Logo no início de Maze Runner, vemos Thomas um jovem que perdeu a sua memória, sendo deixado em uma clareira povoada por outros jovens. Ali, ele descobre que todos os meses um novo moleque é jogado lá, junto com alguns mantimentos, sem explicação alguma. Todos chegam sem lembrar seus nomes, mas isso logo volta ao normal, apesar de seus passados ainda serem um mistério. A maneira como tudo é apresentado (uma sociedade criada do zero por meninos que não sabem como sair dali) lembra muito o livro O Senhor das Moscas. Ao focar nesse lado, em vez de ficar tentando explicar o universo, mostrando todo um futuro distópico como Jogos Vorazes ou Divergente, Maze Runner tenta se manter com as próprias pernas, apresentando um mistério que envolve melhor o espectador. Isso não significa que ele seja melhor que Jogos Vorazes (ainda uma série bem superior), mas ele tenta fazer as coisas do seu jeito, em vez de tentar usar a fórmula que deu certo e quebrando a cara no processo (eu ainda estou olhando pra você, Divergente). Labirinto e ficção científica Passando por esse lado da sociedade criada pelos moleques, o filme também cria todo um mistério em relação ao tal labirinto. O negócio muda sua configuração toda a noite e é habitado por monstros, que impedem a fuga dos moleques. Maze Runner trabalha muito bem em como mostrar tudo, sempre acompanhando Thomas. Inclusive, o personagem principal, interpretado pelo ator Dylan O’Brien, funciona muito bem como o herói da coisa toda, se tornando uma espécie de líder involuntário da galera. Todo o elenco consegue convencer bem em seus papeis, apesar de o único personagem feminino de destaque, Teresa, interpretada pela atriz Kaya Scodelario, não ter absolutamente NADA pra fazer a não ser parecer linda (inclusive, belíssimo trabalho). Com o desenrolar da história, é possível notar que a personagem tem muito mais o que fazer nas sequências, mas nesse primeiro filme, deixou a desejar. Mesmo assim, ao final do longa, é possível dizer que Maze Runner é um filme surpreendentemente divertido. Ele te prende com a sua história e personagens, fazendo com que você fique apreensivo em relação aos seus destinos e para saber o que diabos está acontecendo naquele universo. Uma sequência já foi anunciada, com direito a artes conceituais dela terem sido reveladas durante a última San Diego Comic-Con. Seria equivocado indicar Maze Runner para os fãs de Jogos Vorazes apenas por ambos terem sido baseados em livros juvenis, mas é possível falar que a nova adaptação consegue alcançar o nível da primeira parte da história da Katniss com certa tranquilidade. Se seguir assim, serão duas boas séries no cinema. No final, todo mundo sai ganhando. PS: E sim, o filme dá uma vontade enorme de ler os livros.