Review – Mãe! (2017) Abner Tumeo Cinema 27 de setembro de 2017 Não consigo dizer que Mãe!,o mais novo trabalho Darren Aronofsky, seja um suspense ou thriller psicológico. Está mais próximo de um romance com tons de auto-ajuda, apesar dessa última categoria ser uma espécie de coaching, levantando perguntas difíceis de serem respondidas. O astro do filme é você Mesmo contando com boas atuações de Javier Bardem (Poeta), Michelle Pfeiffer (esposa) e claro, Jennifer Lawrence (Inspiração), o grande astro do filme é o subtexto escondido em dezenas de referências a humanidade, passagens bíblicas e teorias cíclicas. E o melhor de tudo é que esse tipo de obra realmente faz com que o espectador construa junto com os personagens o sentido da história e de seus elementos. Filme duro de ver Por conta de toda essa subjetividade, temos em Mãe! um produto complicado de ser digerido, pois ele depende muito da maturidade e percepção da vida e da fé do espectador. Eu, por exemplo, me deparei com sentimentos controversos sobre a fé que tanto me auxilia em diversos momentos. Não estou falando somente de acreditar em Deus ou na igreja, pois a discussão que Aronofsky propõe é muito maior, fazendo com que você questione até mesmo a bondade que o ser humano julga ter. Terceiro ato absurdo https://giphy.com/gifs/perfection-natalie-portman-the-black-swan-gKEGABhLLQ5vW Por fim, destaco os trabalhos de mixagem e edição de som, pois assim como em Cisne Negro (2010) a ausência de trilha é trabalhada para sentirmos o desconforto da protagonista. Outro detalhe interessante é o modo com que a filmagem foi realizada para termos somente o ponto de vista de Lawrance, trabalhando com câmera na mão e recursos de entrada tardia em quadros centrais. Das cinzas Depois de sua versão de Noé (2014) e da produção de Jackie (2016), temos mais um filme que continua em nossa mente mesmo após suas quase duas horas de duração, afinal em meio a muitos lançamentos parecidos, é gratificante contemplarmos obras tão catárticas como essa.