Review: La La Land – Cantando Estações

A melhor coisa que um filme pode fazer é mudar, de alguma forma, a maneira como você vê o mundo. Acho que isso acontece com arte em geral. Eu começo falando isso porque tenho uma grande dificuldade de explicar quando um filme é REALMENTE bom pelo simples fato de que esses são aqueles que fazem você encarar a vida de um jeito diferente, mas tudo é tão pessoal que fica complicado falar para os outros os motivos exatos porque aquilo mexeu tanto comigo, mas vou tentar.

Como você já deve ter percebido, eu gostei de La La Land: Cantando Estações. Você já deve ter visto em vários lugares que o filme é uma enorme homenagem aos musicais da era de ouro de Hollywood, mas La La Land vai um tanto além e deixa de ser uma homenagem para ser exatamente um musical como outros daquela época. E eu acho que isso é um dos grandes trunfos do filme.

La La Land 4

Em momento algum, você sente que aqueles números com música e dança estão ali para relembrar um outro período do cinema. Eles estão ali pelos mesmo motivo pelo qual Gene Kelly cantou na chuva.

E talvez, por causa disso, La La Land consegue ter a mesma magia daqueles filmes. A sua história é relativamente simples, mas é tudo contado de um jeito que não dá pra descrever de outra forma que não seja mágico que você fica até mais leve assistindo. É muito bizarro, mas La La Land se mostrou um filme maravilhoso pra quando você estiver um pouco para baixo, já que nos seus primeiros minutos, ele levanta o teu espírito de uma maneira impressionante.

“Ah mas eu odeio musicais”

Ok, isso deve ser mencionado. Existe uma chance de você simplesmente odiar musicais. Quando uma galera começa a dançar e cantar do mais absoluto nada, o seu sangue já começa a ferver? Existe uma possibilidade considerável de La La Land ser um pouco problemático para você, PORÉM, o filme funciona tão bem, as músicas são gostosas e de fato integradas com o resto da história (salvo a primeira) que você involuntariamente acaba entrando no clima.

Não tem nada gratuito.

“Mas eu também não gosto de romances”

Caso você tenha pensado isso aí, primeiramente, que pessoa horrível você é. Segundo que é aqui que La La Land realmente brilha. Porque sim, as danças e as músicas chamam atenção e levantam o espírito, mas tudo seria vazio caso não tivéssemos a história de Sebastian e Mia.

La La Land 2

Apesar de não serem as primeiras escolhas para os personagens, Ryan Gosling e Emma Stone são perfeitos como a dupla de sonhadores em uma Los Angeles que é muito mais bonita que a real. É impossível não achar o cara um sujeito legal e torcer para que ele consiga realizar seu sonho de abrir um bar de jazz, assim como é uma escolha de outro mundo não se apaixonar pela Mia e a sua paixão pela atuação.

E é esse amor pelo que eles fazem que acaba unindo os dois em uma história de amor que, apesar de estar em um filme leve, é mais realista do que muitos poderiam esperar.

Há anos eu não via um filme que mexia tanto com a minha cabeça e, sendo bem piegas, com o meu coração. Nos primeiros momentos após terminar de assisti-lo, minha cabeça perturbada pensou ser por causa da Emma Stone (porque Emma Stone ❤ e se não ganhar todos os prêmios, o mundo não é um lugar legal), mas o fato de o filme todo ficar na minha mente depois de uns dias me faz perceber que é ele inteiro que ficou comigo.

La La Land 3

Em tempos com filmes que parecem se orgulhar por serem sombrios e retratarem um mundo muito mais cínico, La La Land me mostrou o quanto o cinema pode ser mágico e alimentar a nossa alma. La La Land teve um efeito estranho em mim porque, no final de tudo, eu saí do cinema não só achando que é um filme bem escrito, atuado ou dirigido. Você provavelmente vai encontrar milhares de críticas sobre o filme que falam sobre esses aspectos que, de fato, são muito bons.

O que eu posso falar sobre La La Land é que, como qualquer boa obra de arte deveria, mudou um pouco a maneira como eu vejo as coisas e me fez acreditar. Acreditar no amor, nos meus sonhos, quando é que as coisas podem ser mágicas, quando é a hora de lutar e o quando é a hora de deixar acontecer.

So here’s to the ones who dream!